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Como o Anjo Morôni preparou Joseph Smith para ser um profeta?

Em setembro de 1823, o jovem Joseph Smith, com dezessete anos, foi visitado por um anjo chamado Morôni, que informou ao jovem Joseph

“Que havia um livro escondido, escrito em placas de ouro, que continha um relato dos antigos habitantes deste continente, assim como de sua origem e procedência. Disse também que o livro continha a plenitude do evangelho eterno, tal como fora entregue pelo Salvador aos antigos habitantes.” (Joseph Smith—História 1:34).

Ao longo daquela noite, Morôni continuou a instruir Joseph Smith sobre esse registro, agora conhecido como o Livro de Mórmon. Morôni também disse a Joseph muitas coisas que o prepararam para seu futuro trabalho como profeta de Deus.

As instruções de Morôni não terminaram naquela primeira noite. Depois que Joseph chegou à colina onde as placas estavam enterradas, ele foi informado de,

“Ainda não haver chegado o momento de retirá-las, dizendo que esse momento não chegaria a não ser quatro anos após aquela data. Disse-me que eu deveria voltar àquele local precisamente um ano mais tarde e que lá ele se encontraria comigo, devendo eu continuar a assim proceder até que chegasse o tempo de receber as placas.”

Assim, Joseph foi a essa colina em 21 de setembro de 1824, 1825, 1826 e 1827. Em cada uma dessas ocasiões anuais, Joseph “instruções e conhecimento com respeito ao que o Senhor ia fazer e à maneira pela qual o seu reino deveria ser conduzido nos últimos dias” (Joseph Smith—História 1:53–54).

Embora não saibamos todos os detalhes sobre a parte de “instrução e conhecimento” que Morôni compartilhou com Joseph, fica claro que o que Joseph aprendeu moldou sua carreira profética de muitas maneiras durante seus quinze anos de ministério de 1829 a 1844.

Após examinar muitos dos relatos existentes sobre o surgimento do Livro de Mórmon, LeGrand L. Baker observou que vários princípios parecem ter sido ensinados a Joseph por Morôni durante essas visitas anuais. Vamos considerar os três seguintes pontos.

Cuidar de coisas sagradas como sagradas

Um princípio impresso na mente do jovem profeta foi que não se fala abertamente sobre coisas sagradas. Embora esse princípio já tivesse sido ensinado a Joseph através de sua Primeira Visão, “Morôni reforçaria esse princípio ao explicar que Joseph não deveria mostrar as placas a ninguém até ter permissão para fazê-lo.”

Isso claramente foi uma lição que fez com que Joseph hesitasse em compartilhar sua experiência com seu pai, apesar das instruções de Morôni para “contar a seu pai sobre isso, pois ele acreditará em cada palavra que você disser.”

Entre esse momento e o momento em que o Livro de Mórmon foi publicado, Joseph teve o cuidado de não mostrar a ninguém as placas, com a intenção de manter esse princípio sagrado.

Joseph e Morôni

Reconhecer as inspirações do Espírito Santo

Outro princípio que Joseph Smith aprendeu durante esse período foi como reconhecer as inspirações do Espírito Santo em contraste com as tentações de Satanás. Na terceira visita de Morôni a Joseph na primeira noite, ele o “[advertiu], [informando] que Satanás procuraria [tentar] (em consequência da pobreza da família de [seu] pai) a obter as placas com o fim de [enriquecerem]”.

A única maneira de Joseph receber o registro, no entanto, era se ele conseguisse superar essa tentação e “qualquer outro objetivo em vista, ao receber as placas, a não ser o de glorificar a Deus; e que eu não deveria ser influenciado por qualquer outro motivo, senão o de edificar o seu reino” (Joseph Smith—História 1:46).

Quando Joseph chegou à colina, como Oliver Cowdery relatou posteriormente, ele começou a ponderar sobre o valor das placas e a possibilidade de possuir tesouros suficientes para finalmente libertar sua família da pobreza. Por causa disso, Joseph foi impedido de tocar nas placas de ouro. O anjo Morôni apareceu novamente e mostrou a Joseph uma visão.

Joseph “viu o Príncipe das Trevas, cercado por sua inumerável comitiva. Tudo isso passou diante dele, e o mensageiro celestial disse: ‘Tudo isso é mostrado, o bem e o mal, o santo e o impuro, a glória de Deus e o poder das trevas, para que você saiba, daqui por diante, desses dois poderes e nunca seja influenciado ou dominado por aquele ser maligno.’”

Embora alguns aspectos desse relato possam ter sido exagerados por Oliver Cowdery, esse evento, sem dúvida, foi de grande influência importância para o jovem profeta. Mesmo que Joseph tivesse um desejo justo, ou seja, ajudar sua família em dificuldades, Joseph aprendeu o quão sutil Satanás poderia ser. Porque Joseph aprendeu isso, ele também aprendeu a reconhecer o oposto: “O Espírito Santo é confiável o tempo todo, enquanto as emoções de alguém não são.”

Ser íntegro por meio de guardar os convênios

Um terceiro princípio-chave foi ensinado no ano seguinte — ou seja, que a integridade está em manter os convênios com o Senhor. Durante uma de suas visitas, Morôni disse a Joseph Smith que ele estava autorizado a levar as placas para sua casa. Morôni instruiu Joseph, “você deve pegá-las em suas mãos e ir direto para casa sem demora” e trancá-las imediatamente em um local seguro.

Após prometer fazê-lo, Joseph estava prestes a sair com as placas em suas mãos quando pensou nos outros itens na caixa. Querendo cuidar desses outros itens sagrados, Joseph “colocou o registro no chão para cobrir a caixa, com medo de que alguém passasse e levasse o que mais pudesse estar depositado ali.”

No entanto, quando Joseph se virou para pegar as placas pela segunda vez, percebeu que elas tinham desaparecido. Depois de orar, Morôni apareceu e informou Joseph de que tinha levado o registro porque Joseph “não tinha feito como lhe fora ordenado ao colocar o registro no chão.”

Mesmo que Joseph novamente tivesse boas intenções, ele aprendeu que é sempre melhor obedecer ao Senhor e ser fiel aos seus convênios com Ele. Assim como o Senhor assegurou as placas neste caso, Ele poderia ter garantido os outros itens sem fazer com que Joseph quebrasse sua promessa.

O porquê

À medida que Joseph se encontrava com Morôni ao longo daqueles quatro anos, ele aprendeu muitas lições importantes. LeGrand Baker delineou especificamente sete princípios que Joseph aprendeu durante essas reuniões.

Sabendo da importância da obra para a qual Joseph foi chamado, tanto o Senhor quanto o anjo Morôni trabalharam arduamente para garantir que Joseph aprendesse todas as lições necessárias para traduzir o Livro de Mórmon. Joseph foi obediente e diligente ao receber aquelas instruções anuais. Ele teve sucesso porque levou as orientações que recebeu a sério.

Embora muitos leitores da história dos Santos dos Últimos Dias possam se concentrar na visita inicial de Morôni em 1823 e na recuperação das placas por Joseph em 1827, fica claro que todas as visitas de Morôni foram formativas para Joseph Smith.

Nesse processo, Joseph aprendeu o princípio da revelação contínua, que Deus revela linha sobre linha, preceito sobre preceito. Abençoado com a abundância de Deus, Joseph aprendeu a buscar receber a plenitude do evangelho eterno de Jesus Cristo. Isso permitiu que ele aprendesse outros princípios.

Todos os eventos que Joseph experimentou entre 1823 e o surgimento do Livro de Mórmon em 1830 foram dados a ele, na sabedoria do Senhor, para treiná-lo e nutri-lo como um profeta em crescimento e amadurecimento do Senhor. Como observou Baker:

[Joseph] havia aprendido com Morôni como obedecer e como saber o que obedecer. Ele havia aprendido o significado e o triunfo do sacrifício. Então, o Espírito Santo abriu para sua compreensão para o verdadeiro significado dos mistérios da plenitude do evangelho registrados no Livro de Mórmon. Como resultado, Joseph agora tinha o poder de dedicar tudo o que tinha e tudo o que era ao estabelecimento e crescimento do reino de Deus.

Através dessas experiências, Morôni não apenas ensinou Joseph a ser um profeta de Deus, mas também ofereceu a cada pessoa fiel uma masterclass sobre como receber revelação pessoal e ampliar os chamados que nosso amoroso Pai Celestial estende a todos os Seus filhos fiéis em nossa existência mortal.

Fonte: Book of Mormon Central

Veja também: 71 coisas que aprendemos com o Livro de Mórmon

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