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Nem tudo está perdido para quem soltou a barra de ferro. Saiba o por quê

“Por mais longe de casa, família e Deus que você sinta que viajou, testifico que você não viajou além do alcance do amor divino.” – Élder Jeffrey R. Holland

O sonho de Leí da árvore da vida é uma representação simbólica de uma jornada em direção a Deus. Em 1 Néfi 8, lemos sobre “inumeráveis multidões de pessoas” vagando em “um campo grande e espaçoso que parecia um mundo”.  Alguns indivíduos buscam e seguram uma barra de ferro, que os conduz a uma árvore com frutos que proporcionam alegria sublime a quem os come.

Também somos apresentados a outros grupos de pessoas que, por várias razões, são descritos como “perdidos”. Alguns “que os que haviam iniciado o caminho se extraviaram dele e, sem rumo, perderam-se”.

Outros “depois de haverem comido do fruto da árvore… ficaram envergonhados, por causa dos que zombavam deles, e desviaram-se por caminhos proibidos e perderam-se”. E outro grupo, que nunca procurou o caminho, “se afogaram nas profundezas do rio; e muitos outros desapareceram de sua vista”.

Podemos perceber um senso de finalidade no relato escritural, como se essas pessoas tivessem perdido a oportunidade de chegar à árvore, e isso fosse o fim. Isso pode ser desencorajador, especialmente se nos vemos ou vemos alguém que amamos como entre os que vagam, caem ou estão perdidos.

Mas se examinarmos o contexto, bem como lembrarmos do alcance infinito do amor de Deus e do papel do Salvador, o sonho de Leí pode realmente transmitir uma mensagem esperançosa para pessoas que podem parecer perdidas e para aqueles que as amam.

Considere o contexto

Porque o relato escritural detalha aqueles que estão “perdidos”, pode parecer excessivamente focado no negativo. Por que tanto destaque? Talvez devamos considerar as circunstâncias em que o sonho foi recebido e registrado.

Primeiro, este sonho foi dado a um profeta, um pai e o fundador de uma civilização. Em todas essas capacidades, Leí estava preocupado com seus filhos, Lamã e Lemuel, que estavam se afastando de sua fé e família, com consequências iminentes. O sonho era um aviso vívido que Leí poderia mostrar a eles, era uma linha de base a partir da qual Leí poderia apresentar uma alternativa mais esperançosa.

Segundo, o relato que lemos em 1 Néfi, capítulo 8, foi registrado por Néfi, não por Leí, muitos anos após o ocorrido do sonho. Em uma de John Welch lemos:

“As pequenas placas [incluindo 1 Néfi] devem ser compreendidas como tendo sido escritas após a morte de Leí, após a separação de Néfi de seus irmãos Lamã e Lemuel, depois que o pequeno grupo nefita soube da animosidade potencialmente fatal dos lamanitas contra eles”.

Esse momento pode ajudar a explicar o foco naqueles que “se perderam”. Quando Néfi estava registrando o sonho de seu pai, ele havia experimentado em primeira mão os efeitos das más escolhas de seus irmãos: contenda, perseguição e sofrimento.

Sem dúvida, Lamã e Lemuel pareciam perdidos para Néfi. Como profeta e pai, o registro de Néfi era uma retrospectiva triste de como isso aconteceu e também uma afirmação de que as coisas poderiam ter tomado um rumo diferente.

O amor de Deus está sempre presente

Com o contexto em mente, como podemos encontrar inspiração e esperança para aqueles que se sentem perdidos agora? Uma abordagem é considerar que “chegar à árvore” não é uma experiência única e linear ao longo da vida.

Há mais no sonho de Leí do que nos é dado em 1 Néfi 8. Por exemplo, o relato de Néfi em 1 Néfi 11 incluem detalhes sobre o “significado da árvore que [seu] pai viu”:

“… é o amor de Deus, que se derrama no coração dos filhos dos homens; é, portanto, a mais desejável de todas as coisas… e a maior alegria para a alma”.

A árvore representa o amor de Deus. Mas o que isso significa para aqueles que estão lutando em sua jornada? A irmã Susan H. Porter ensinou:

“Às vezes, pensamos erroneamente que podemos sentir o amor de Deus só depois de trilharmos o caminho pela barra de ferro e partilharmos do fruto. O amor de Deus, porém, não é apenas recebido por aqueles que vão à árvore, mas é o próprio poder que nos motiva a buscar essa árvore.”

Que pensamento esperançoso – que o amor de Deus pode “se derramar” em nossos corações, não importa quão perdidos nos sintamos. Como o Presidente Thomas S. Monson, disse:

“O amor de Deus está lá para vocês, quer sintam que o mereçam ou não. Ele está sempre lá, simples assim.”

A árvore e seu fruto podem ser acessados repetidamente ao longo de nossas vidas, e quanto mais voltamos nosso foco para Ele, mais podemos reconhecer e receber o amor que está sempre presente.

Lembre-se do Salvador

Embora a imagem de multidões perdidas possa se destacar em nossas mentes ao estudarmos o sonho de Leí, devemos lembrar do Salvador e da esperança que Ele proporciona. O Élder Neil L. Anderson explicou:

“Esse fruto desejável simboliza as maravilhosas bênçãos da incomparável Expiação do Salvador… e ele não é negado a ninguém que o deseje honestamente. Se vocês têm vivido sem o fruto da árvore por algum tempo, saibam que o Salvador está sempre com seus braços estendidos para vocês.”

A Expiação é uma peça crucial do sonho de Leí, e não importa onde nos vejamos ou onde vemos nossos entes queridos, devemos ver o Salvador ali também. Com essa visão, o sonho de Leí pode ser uma fonte de encorajamento. Podemos participar do fruto da árvore sempre que o amor de Deus e o poder da Expiação estão trabalhando em nossas vidas. Não é apenas o grande final para aqueles que nunca se perderam; é nutrição e cura ao longo da jornada.

Fonte: LDS Living

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