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Jejum: um guia para se aproximar mais de Deus

O que é o jejum? Segundo o dicionário: é o estado daquele que não se alimenta desde o dia anterior. É a situação de abstinência total ou parcial de alimentos por um determinado período de tempo.

Essa palavra jejum ficou mais popular depois da defesa de alguns médicos de que o jejum intermitente pode ser muito eficiente como técnica de emagrecimento. Mas esta não é a abordagem deste texto. A preocupação aqui, é com você que quer fazer um jejum por causa religiosa e não sabe como.

O Jejum sempre foi praticado da mesma forma?

A resposta é não. A Bíblia cita diferentes tipos de jejum que foram praticados. No livro de Juízes, os filhos de Israel adoraram ao Senhor e jejuaram por todo um dia até a tarde. No livro de Atos, existe relato de que Paulo ao conduzir o povo a cidade de Damasco jejuou pelo espaço de três dias.

Quando Ester precisou interceder junto ao rei pelos judeus, pediu que tanto o povo quanto a suas servas a acompanhassem em um jejum. Os relatos deixam claro que jejuaram dia e noite, não comeram nem beberam nada durante 3 dias.

Estudiosos da Bíblia afirmam que: Moisés, Elias e Jesus Cristo realizaram jejuns que não podem ser humanamente explicados. Jejuaram por 40 dias. Moisés por ocasião do recebimento dos “Dez Mandamentos”. Elias depois que Jezabel o ameaçou de morte. Jesus Cristo como parte da preparação para o início de seu ministério.

Do ponto de vista científico, é difícil afirmar a exata medida de tempo dos jejuns bíblicos. Isso porque, os povos contaram o tempo em diferentes maneiras ao longo do tempo e ao criar um calendário, geralmente um povo leva em consideração a duração de tempo entre dias e noites (o que varia de uma região para outra), as mudanças da lua e as estações do ano.

Mitologicamente, existe também uma discussão sobre o simbolismo do número quarenta. Seria este um número exato ou uma representação simbólica? Isto porque,  o número quarenta se repete. O dilúvio durou quarenta dias e quarenta noites. Moisés jejuou quarenta dias e quarenta noites. Quarenta anos foi o tempo de peregrinação dos judeus no deserto. A ascensão de Jesus aos céus aconteceu quarenta dias depois de Sua ressurreição.

Se por razões históricas é difícil afirmar por quanto tempo e como o jejum era realizado em tempos bíblicos, não existe entretanto nenhuma dúvida de que o jejum era uma prática recorrente entre os fiéis.

O jejum para os Santos dos Últimos Dias

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acredita que o jejum é um mandamento. Os santos realizam jejuns periodicamente. Sempre no primeiro domingo de cada mês somos incentivados a jejuar e prestarem nosso testemunho nas reuniões de adoração dominicais. Isto significa que não comemos e nem bebemos nada por períodos aproximados de 24 horas, ou duas refeições.

O ato de ficar sem comer por si só não representa muito. O valor real da experiência só é alcançado quando a pessoa consegue se conectar ao Senhor por meio da oração. Cada um precisa ter uma razão pessoal ao jejuar: obter bênçãos, fazer perguntas ao Senhor, pedir ajuda, agradecer.

O jejum é completo quando a pessoa realiza uma doação financeira chamada de oferta de jejum. Essa oferta é entregue a Igreja que é a encarregada de direciona-la aos mais necessitados. O Élder Joseph B. Wirthlin ensinou que o Jejum é uma maneira de demonstrarmos que guardamos os dois grandes mandamentos de amar a Deus e ao nosso próximo..

“Uma forma de mostrarmos nosso amor é pelo cumprimento da lei do jejum. Essa lei baseia-se num princípio básico porém muito importante, uma prática bem simples que, se observada com o devido espírito, irá ajudar-nos a aproximar-nos de nosso Pai Celestial e a fortalecer nossa fé, ao mesmo tempo que ajudará a suavizar o fardo de outras pessoas.”

Pessoas com limitações de saúde, como por exemplo diabetes ou gestação devem ser cautelosas ao jejuar. É correto que se ensinem as crianças sobre essa lei. Elas entretanto, não devem realizar a prática até que possuam capacidade física de fazê-lo.

Jejuar é tornar-se forte, firme e inamovível

Nós e o jejum somos como um jovem que quer ser um nadador profissional. Uma das coisas que esse nadador precisa desenvolver para competir, é uma maior capacidade pulmonar e a capacidade de segurar a respiração debaixo de água. É um desafio real. Ele precisa ficar dentro da água praticando e seus pulmões precisam parecer que estão queimando.

Para ficar mais forte, ele precisa lentamente aumentar sua capacidade pulmonar, negando-se voluntariamente a respirar por curtos períodos de tempo no início, e então, praticando até ficar sem respirar por longos períodos de tempo.

O nadador precisa continuar a exercitar e praticar exercícios respiratórios longos. Depois de muitos dias, semanas e meses, os músculos do seu corpo se fortalecerão. A sua capacidade pulmonar aumentará. A eficiência da respiração aumentará. Ao se negar a respirar, ele fica cada vez mais forte. Ao dizer “não”, ele consegue o “sim”.”

Essa é a essência do jejum. Quando jejuamos, estamos nos recusando a comer, por nossa própria vontade, por um tempo que é incômodo para nós, mas obteremos um resultado que nos fortalecerá fisicamente e espiritualmente. Por meio do jejum, conseguimos desenvolver o autocontrole em vários aspectos de nossas vidas. Conseguimos estar mais sensíveis aos sussurros do Espírito e nos aproximarmos mais de nosso Pai Celestial.

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