Meu caminho até o batismo: “E se os ‘mórmons’ me dessem uma entrevista?”
Este artigo foi escrito com base nos relatos de João Victor Teófilo.
Em 2023, ouvi falar, pela primeira vez, na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A única coisa que eu sabia sobre a Igreja era a respeito dos missionários, que falam do Evangelho para as pessoas.
Me lembro que, quando ouvi mais sobre a Igreja me despertou a curiosidade em saber sobre a fé de uma denominação religiosa que acreditava em um livro além da Bíblia: O Livro de Mórmon.
Conhecendo um pouco sobre “os Mórmons”
Sou jornalista e trabalho em uma emissora de rádio e TV no interior de São Paulo. No fim do último mês de janeiro, enquanto trabalhava no período da tarde, tive a ideia de chamar “os Mórmons” para dar uma entrevista em um quadro local chamado “Se Deus Quiser”, onde o apresentador do programa entrevista lideranças de diversas religiões.
Consegui entrar em contato com a presidência da Estaca e marcamos a entrevista e coincidentemente seria meu último dia de trabalho no período da tarde. Algo em mim queria muito participar da entrevista antes de deixar o programa.
Durante a entrevista, aprendi um pouco mais sobre a religião e toda a equipe da emissora foi presenteada com um exemplar do Livro de Mórmon. Lembro que, ao final da entrevista, um dos conselheiros disse:
“Convidamos todos a ler o livro e, por meio de oração, perguntar a Deus se o conteúdo dele é verdadeiro. Garanto que quem fizer isso terá sua resposta”. Essa fala ficou marcada em mim.
O tempo passou, mas eu continuei pesquisando sobre a Igreja. Pesquisava sobre os costumes, crenças, a restauração do Evangelho e, claro, decidi começar a ler o livro.
Um convite para ir à Igreja
Com a faculdade, trabalho e outros deveres que tenho, o livro ficou de lado e as pesquisas pararam durante um bom tempo. Até então, eu não tinha uma religião. Cresci na Igreja Católica por influência da minha avó paterna. Mas me afastei aos 15 anos e, desde então, não queria saber de nada relacionado a Deus.
As coisas voltaram a mudar em junho, seis meses depois daquela primeira entrevista. Senti uma vontade muito forte de chamá-los para uma nova participação no programa. Apesar de não ser mais funcionário naquele programa, fiz a sugestão ao apresentador que concordou.
Acompanhei tudo presencialmente. A entrevista foi excelente, conversei ainda mais com a presidência nos bastidores e, mesmo depois de seis meses sem contato com eles, senti como se estivesse no meio de amigos.
Não demorou para que eu fosse convidado a conhecer a Igreja no próximo domingo. Eu aceitei na hora, porque já esperava o convite.
Naquele domingo, me senti muito bem em estar em um lugar tão agradável, cheio de paz e com pessoas tão acolhedoras. Senti vontade de voltar mais vezes e o batismo passou pela minha cabeça, mas como uma coisa bem sutil.
Logo aceitei receber a visita dos missionários durante a semana. No primeiro dia já começamos a conversar sobre algumas dúvidas que eu tinha em relação ao Livro de Mórmon. Durante a visita, toda a presidência da Estaca também apareceu em minha casa.
O Livro de Mórmon
Ter os presidentes e os missionários em minha casa foi uma experiência muito interessante e me deu muito aprendizado. A conversa foi longa e eu fui ensinado sobre coisas novas, as quais eu achei muito legais.
Ao final da conversa, eles me perguntaram se eu aceitaria ser batizado na Igreja e, mesmo com todas as respostas para as minhas dúvidas, ainda desacreditava no Livro de Mórmon.
Foi então que me sugeriram uma leitura no capítulo 32 de Alma. E me foi repetido o mesmo que ouvi na primeira entrevista, que era para fazer a leitura, orar e perguntar, com muita fé, para Deus, se aquele livro e seu conteúdo eram reais.
Foi exatamente o que fiz. O capítulo que me pediram para ler fala muito sobre o que a fé, de fato, significa. Durante a leitura, eu aprendi que a fé não é sobre aquilo que sabemos e temos certeza, mas sobre aquilo que não sabemos; do contrário, não existem motivos para crer em algo do qual se sabe tudo a respeito.
Um versículo me chamou bastante a atenção e me fez refletir muito naquela noite. Dizia o seguinte:
“Portanto, bendito são os que se humilham sem serem compelidos a ser humildes; ou, em outras palavras, bendito é aquele que acredita na palavra de Deus e é batizado sem relutância no coração, sim, sem ter sido levado a conhecer a palavra ou mesmo sem ser compelido a conhecer antes de acreditar”.
Após a leitura fiz uma oração, com muita fé e muito desejo de receber uma resposta sobre a veracidade do Livro e da Igreja.
“Eu tinha certeza de que deveria ser batizado”
Na madrugada daquela noite, acordei com um sentimento de felicidade muito grande. Senti algo tão forte, que parecia que meu coração estava em chamas e como se estivesse cheio de algo que eu nunca havia sentido antes.
Até hoje, não sei descrever a emoção exata que senti naquele momento. Não consegui dormir depois, já que a resposta estava ali, mais clara impossível: eu tinha certeza de que deveria ser batizado.
Meu batismo aconteceu no dia 7 de julho de 2024, o dia mais feliz da minha vida. Estava reunido da minha família e dos amigos que fiz na Igreja. Foi emocionante ver todos juntos em um momento tão importante e que eu vou me lembrar para sempre.
O apoio da minha família, em especial, fez uma grande diferença. A cerimônia toda foi extraordinária, com um sentimento de paz gigantesco. Eu senti muito a presença do Espírito Santo.
É muito gratificante saber que meus pecados ficaram para trás e que uma nova pessoa nasceu. Aceitar Jesus Cristo como meu Salvador fez de mim uma pessoa muito mais feliz, paciente, solidária e amorosa.
Eu digo, com toda a certeza do mundo, que nunca fui tão feliz como sou hoje, tendo aceitado o convite que Deus me fez, de voltar a segui-Lo e poder sentir a graça que o Evangelho vivo tem.
Andar nos caminhos do Senhor
Ainda na leitura do Livro de Mórmon, uma das muitas partes que gosto e que me identifico fica em 1º Néfi 2:16, que diz:
“(…) e tendo também grande desejo de saber dos mistérios de Deus, clamei, portanto, ao Senhor; e eis que ele me visitou e enterneceu meu coração, de maneira que acreditei (…)”.
Tenho certeza de que nenhuma das decisões que tomei até chegar no batismo foram em vão. Como é bom andar nos caminhos do Senhor!
Gostaria de encerrar o meu testemunho fazendo um convite para quem tem vontade de acreditar, mas tem dúvidas: dê uma chance a você mesmo, tenha fé e busque a palavra do Senhor.
Não ter todas as respostas faz parte do processo porque nosso entendimento é limitadíssimo comparado com a grandeza que o Pai Celestial tem. Assim como eu pude, você também pode escolher Jesus Cristo como seu Salvador. Finalizo com uma escritura em Lucas 12:31:
“Buscai antes o reino de Deus, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.”
Apenas busque. Ele cuidará do resto; e você pode confiar.
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