Os espíritos permanecem na terra após a morte?
Descobri que todos os espíritos, após a morte, permanecem na Terra. No entanto, não consegui encontrar escrituras ou discursos que confirmem isso. Além disso, discordo de alguém que acredita que nem todos permanecem na Terra após a morte.
Essa pessoa argumentou que a obra missionária seria difícil de continuar se todos ainda estivessem aqui. Mas não consigo encontrar nada para apoiar minhas afirmações.
Resposta
De acordo com o que aprendemos no Livro de Mórmons e por meio do evangelho restaurado de Jesus Cristo, ao morrer, o espírito transita imediatamente para o mundo espiritual — um reino que existe paralelamente ao nosso mundo mortal, mas que não é visível aos vivos.
Essa crença está fundamentada no Livro de Mórmon, especificamente em Alma 40:11-13, que afirma que todos os espíritos são levados de volta a Deus após a morte. Os justos são recebidos em um estado de felicidade conhecido como paraíso, enquanto os iníquos se encontram uma situação diferente.
Joseph Smith reforçou essa ideia ao ensinar que o mundo espiritual não é um local distante, mas sim uma transformação para um estado de existência diferente. Ele explicou que
“Os espíritos dos justos são exaltados para uma obra maior e mais gloriosa; portanto são abençoados em sua partida para o mundo espiritual”.
Assim, essa transição imediata reforça a crença de que os espíritos não permanecem na Terra, mas embarcam em uma nova jornada.
Mundo espiritual
O mundo espiritual é dividido em duas áreas principais: o paraíso para os justos e a prisão espiritual para os iníquos.
Alma 40:12-13 ilustra essa separação, enfatizando que justos e iníquos não estão apenas em estados diferentes, mas também em reinos de existência distintos. O Presidente Brigham Young ensinou sobre esse conceito ao afirmar:
“Quando você deixa este tabernáculo, para onde vai? Para o mundo espiritual. Onde fica o mundo espiritual? Ele está bem aqui” (Journal of Discourses, 3:367).
Essa visão reforça a ideia de que os espíritos não estão presos à Terra, mas estão em um estado de existência diferente, cientes do que acontece ao seu redor e da vida de seus entes queridos.
Embora os espíritos dos falecidos não permaneçam na Terra, acredita-se que eles possam visitar seus entes queridos em determinadas circunstâncias.
A natureza de Deus
Joseph Smith ensinou que os espíritos dos justos não estão longe de nós e podem compreender nossos pensamentos e sentimentos, frequentemente sentindo tristeza pelos que deixaram para trás (Discourses of the Prophet Joseph Smith, p. 128).
Isso sugere que, embora os espíritos não permaneçam na Terra indefinidamente, eles podem ter a oportunidade de oferecer conforto e orientação aos seus familiares vivos.
Muitos Santos dos Últimos Dias compartilham experiências pessoais em que sentiram a presença de parentes falecidos em momentos significativos de suas vidas.
Relatos assim frequentemente envolvem sentimentos de paz, amor ou orientação, que são atribuídos às visitas de entes queridos que já partiram. Por isso, essas experiências são vistas como evidências da contínua conexão entre os vivos e os falecidos, reforçando a crença na estrutura eterna da família.
Ainda sobre esse assunto, aprendemos que as crianças que morrem antes de atingir a idade de responsabilidade — geralmente considerada como oito anos — são levadas diretamente à presença de Deus, sem precisar passar pelo mundo espiritual.
Essa doutrina nos ensina sobre a natureza compassiva de Deus, que permite que esses espíritos inocentes retornem a Ele sem experimentar as provações do mundo espiritual (Doutrina e Convênios 137:10).
Por meio dessa revelação moderna, famílias podem receber consolo, assegurando que seus filhos estão em um ambiente seguro e amoroso após a morte.
Um plano de felicidade
Outro aspecto significativo sobre a vida após a morte é a consciência que os espíritos possuem em relação à vida dos vivos. Aprendemos que os espíritos no mundo espiritual podem perceber eventos terrenos e frequentemente se preocupam com seus entes queridos.
Joseph F. Smith, em uma visão, expressou que os mortos não são perfeitos sem nós e que sua preocupação pelos vivos é profunda. Essa ideia ressoa com muitos que sentiram uma conexão com entes queridos falecidos, acreditando que sua influência e amor continuam mesmo após a morte (Journal of Discourses 19:264).
Além disso, os ensinamentos da Igreja de Jesus Cristo esclarecem que os espíritos estão cientes das lutas e sucessos de suas famílias, o que pode trazer conforto para aqueles que sofrem a perda de um familiar.
Acredita-se que essa conexão contínua permite um profundo senso de unidade, mesmo diante da morte.
Embora existam várias crenças populares sobre espíritos que permanecem na Terra, na Igreja de Jesus Cristo não apoiamos a ideia de que os espíritos fiquem ligados aos vivos ou presos ao mundo terrestre.
Em vez disso, os ensinamentos de Cristo por meio de suas escrituras e profetas vivos enfatizam que os espíritos fazem a transição para o mundo espiritual e não estão confinados ao reino terreno.
Além disso, todos somos incentivados a buscar entendimento nas escrituras, nos ensinamentos dos profetas e em Deus por meio da oração, em vez de recorrer a fontes seculares ou mitos populares.
Ao fazermos isso, podemos fortalecer nosso testemunho sobre a natureza eterna de cada indivíduo e o que acontece na vida após a morte por meio do Plano de Felicidade de Deus.
Fonte: Ask Gramps
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